A presidente Dilma Rousseff assinou, nesta segunda-feira (24), em Manaus, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que prorroga por mais 50 anos a Zona Franca de Manaus (ZFM), e o projeto de lei que estende o modelo econômico para os municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM), que são Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo e Manacapuru.
A assinatura ocorreu durante a cerimônia de inauguração da Ponte Rio Negro, que vai ligar Manaus a quatro municípios. O evento atraiu mais de 100 mil pessoas, segundo informações da Polícia Militar (PM) do Amazonas.
O governador do Estado, Omar Aziz, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de deputados federais, estaduais, vereadores e diversas autoridades acompanharam a solenidade. De acordo com a Agência de Comunicação do Estado (Agecom), pelo menos 700 pessoas foram convidadas.
Protestos
O evento foi marcado por tumulto e protestos realizados por entidades ligadas ao Movimento Sem Terra do Amazonas (MST-AM), pela categoria do transporte alternativo, por funcionários do poder Judiciário e até por indígenas, que foram contra a construção da ponte. Diversas pessoas que estavam próximas ao palanque da presidente Dilma passaram mal por causa do sol forte e foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros.
O tumulto entre o público chamou atenção do ex-presidente Lula, que pediu para que parassem com o empurra-empurra. "Não é justo machucar mulheres e crianças que estão aqui na frente", disse ele.
A presidente acabou sendo vaiada pelo público ao citar o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, durante os agradecimentos formais. Ele é alvo de protestos do setor do transporte alternativo, devido à polêmica que envolve aumento do preço da passagem de ônibus alternativo de R$ 2,50 para R$ 5,50.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado da presidente Dilma Rousseff durante cerimônia em Manaus (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
Por causa das vaias e apitaços, Dilma fez um discurso rápido."Eu vim aqui duas vezes e disse que viria uma terceira, com um presente. Eu trouxe dois: a prorrogação da Zona Franca de Manaus e a extensão dela para a região metropolitana, agora ligada por uma ponte. Eu fiz isso porque Manaus mostrou para o Brasil que é possível dar emprego e dignidade às pessoas e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo", afirmou, durante a solenidade.
O governador Omar Aziz falou do significado da Ponte Rio Negro para a economia do Amazonas e anunciou obras que darão continuidade à malha viária da Região Metropolitana de Manaus.
"Esta ponte representa o desenvolvimento das regiões do Purus e Solimões, além dos municípios adjacentes. Vamos duplicar a estrada Iranduba-Manacacupu (AM-070) e reforçar o posto de Manacapuru, para que os produtores rurais consigam vender no mercado de Manaus, sem precisar de atravessadores", afirmou Omar.
Público caminhou pela ponte, após inauguração
(Foto: Carlos Eduardo Matos/G1)
Depois da solenidade, o acesso à ponte foi aberto ao público, somente à pé. O tráfego de veículos vai ser liberado às 19h, seguido de uma queima de fogos. Alguns shows musicais e apresentações folclóricas que estavam previstos acabaram não sendo realizados.(Foto: Carlos Eduardo Matos/G1)
Ponte Rio Negro
A Ponte Rio Negro vai ligar Manaus a Iranduba e tem 3.595 metros de comprimento.
A ligação foi realizada sob o custo total de R$ 1,099 bilhão e levou quase quatro anos para ser concluída.
Ponte Rio Negro liga Manaus a quatro municípios
(Foto: Carlos Eduardo Matos/G1)
A malha viária inclui, além da ponte, 1,9 km de acesso viário no lado de Manaus e 5,5 km de pista no lado de Iranduba, implantação de sistema de pilares contra choque de embarcações e sistema de sinalização náutica.(Foto: Carlos Eduardo Matos/G1)
O Governo do Estado está concluindo a iluminação cênica da parte estaiada da ponte, o que será concluído nos próximos dias.
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