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terça-feira, 26 de abril de 2011

Sem plantão médico, Saúde em Patos tem quadro grave

Uma semana depois que cerca de 80 médicos em Patos, no Sertão paraibano, entregaram seus plantões, a situação da saúde se agrava na cidade. O Hospital Regional Janduí Carneiro, que normalmente tinha 26 médicos de plantão por dia e realizava, em média, 500 atendimentos diariamente, conta hoje com apenas seis profissionais, que se desdobram para atender só os atendimentos de urgência e emergência.

Uma média de 400 atendimentos deixam de ser feitos por dia. Já na Maternidade Peregrino Filho, 20 partos, entre normais e cesarianos, deixam de ser realizados diariamente e as mulheres estão dando a luz dentro das próprias ambulâncias, pondo em risco na saúde do bebê e das mães.

"Aqui, está um caos! No feriadão, entre o sábado e o domingo, quatro mulheres deram a luz dentro de ambulâncias e duas em casa, com a ajuda do médico do Samu. Os diretores dos hospitais e da maternidade estão atendendo os pacientes, mas não dão conta da demanda sozinhos. Só ficaram os médicos concursados, que é uma minoria", informou o clínico Denilson Pereira, um dos médicos que entregou o plantão.

"Uma média de 270 cirurgias deixam de ser feitas por mês no Hospital Regional. Queremos isonomia salarial. Em Queimadas, Itabaiana, Picuí, João Pessoa e Campina Grande, os médicos recebem R$ 1.000 por plantão e aqui em Patos, só recebemos R$ 400,00. A promotora da Saúde daqui, doutora Edivane, pediu que o Estado se explicasse, mas não foi dada nenhuma explicação para isso", afirmou o presidente da Cooperativa dos Médicos Urgentistas do Interior da Paraíba, o cirurgião vascular Jânio Rolim.

Ele informou que os médicos entregaram os plantões no último dia 18 e pedem ainda a melhoria das condições de trabalho. O médico Jânio Rolim disse, ainda, que uma reunião estava marcada para a noite de ontem, em Patos.

Tentativa de transferir pacientes

O diretor do Hospital Regional Janduí Carneiro, Eliseu de Melo Neto, informou, na tarde de ontem, que estava tentando transferir seis pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não estava conseguindo vaga em outros hospitais. "O Regional realiza de 16 mil a 17 mil atendimentos por mês, com 26 médicos por plantão por dia. Hoje, existem apenas de quatro a seis médicos por dia. Estamos atendendo só os casos de extrema urgência", informou o diretor Eliseu. No momento em que dava informações à reportagem, a conversa foi interrompida porque ele foi chamado às pressas para atender um paciente na emergência. "Estamos atendendo para não deixar os pacientes morrerem", finalizou.

O outro lado

A reportagem ligou para o celular do secretário Estadual de Saúde, Waldson Dias de Souza, mas ele não atendeu. A Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Saúde informou, na tarde de ontem, que o secretário está aberto à negociação, mas já afirmou que não dará aumento salarial aos médicos porque o Estado não tem condição de conceder reajuste a nenhuma categoria.
Henriqueta Santiago

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