Presidente
do Grupo Abril, Roberto Civita morreu aos 76 anos na noite deste
domingo, às 21h41, devido à falência de múltiplos órgãos. Ele estava
internado há três meses no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para a
correção de um aneurisma abdominal. Segundo o iG apurou, Civita
apresentava complicações de saúde havia mais de 70 dias , desde que foi
operado para a colocação de um stent – recurso usado para o tratamento
de aneurisma na artéria aorta.
Na ocasião da cirurgia, Civita já teria chegado ao centro cirúrgico em estado frágil. Desde então, a saúde do empresário, dono da maior editora de revistas do País, se deteriorou. Os médicos tentaram reverter uma infecção com mais de 10 tipos de antibióticos diferentes, mas nenhum medicamento surtiu efeito esperado. Por conta disso, o quadro clínico de Civita piorou, a circulação teria sido afetada e os rins teriam parado de funcionar plenamente.
Na ocasião da cirurgia, Civita já teria chegado ao centro cirúrgico em estado frágil. Desde então, a saúde do empresário, dono da maior editora de revistas do País, se deteriorou. Os médicos tentaram reverter uma infecção com mais de 10 tipos de antibióticos diferentes, mas nenhum medicamento surtiu efeito esperado. Por conta disso, o quadro clínico de Civita piorou, a circulação teria sido afetada e os rins teriam parado de funcionar plenamente.
Ele estava afastado da empresa por
razões médicas e Giancarlo Civita, filho do empresário, havia assumido
interinamente a presidência do Grupo. Civita deixa a mulher Maria
Antonia, os filhos do primeiro casamento Giancarlo, Roberta e Victor,
além de seis netos e enteados.
O velório está marcado para esta segunda-feira (27), a partir das 11h, no crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra (SP).
Grupo Abril
Roberto Civita foi presidente do
conselho de administração e diretor editorial do Grupo Abril, uma das
maiores empresas de comunicação e educação da América Latina, com mais
de 9,5 mil funcionários. Em março deste ano, Civita foi considerado o
258º homem mais rico do mundo com uma fortuna de US$ 4,9 bilhões,
segundo a revista Forbes.
Fundada por seu pai, o empresário Victor Civita (1907-1990), num escritório do centro de São Paulo, em 1950, a companhia teve como primeiro negócio a publicação de “O Pato Donald”. Nos anos 1960, a empresa cresceu ao investir na venda de fascículos de obras de referência.
Fundada por seu pai, o empresário Victor Civita (1907-1990), num escritório do centro de São Paulo, em 1950, a companhia teve como primeiro negócio a publicação de “O Pato Donald”. Nos anos 1960, a empresa cresceu ao investir na venda de fascículos de obras de referência.
Atualmente, o grupo tem atuação em áreas
que vão das mídias digitais em elevadores ao treinamento para concursos
públicos. A Abrilpar, holding da família Civita, controla os principais
negócios: a Abril S.A., da qual faz parte a Editora Abril, que publica
52 revistas e teve receita de R$ 2,98 bilhões em 2012, e a Abril
Educação, que tem ações negociadas na BM&F Bovespa desde 2011 e teve
receita superior a R$ 883 milhões no ano passado. Entre as empresas
controladas pelo grupo estão a MTV, a Elemídia, a editora Ática, o
Sistema Anglo de Ensino, a Casa Cor e importantes parques gráficos.
O negócio de maior visibilidade da
família Civita é o de publicações. Entre os títulos mais conhecidos
estão as revistas Veja (criada por Roberto), Exame e Cláudia. De acordo
com informações divulgadas pelo grupo, essas publicações vendem por ano
em torno de 200 milhões de exemplares. São 4,2 milhões de assinaturas e
quase 30 milhões de leitores. O grupo mantém ainda a Fundação Victor
Civita, organização sem fins lucrativos que atua por melhorias na área
da educação.
História
Roberto Civita nasceu em Milão, na
Itália, no dia 9 de agosto de 1936. Deixou o país com 2 anos e morou em
Nova York até os 12. Passou a adolescência no Brasil até sair novamente
para estudar no exterior. Estudou física nuclear na Rice University, no
Texas. Formou-se em jornalismo na Universidade da Pensilvânia e em
economia pela Wharton School, da mesma instituição, com pós-graduação em
sociologia pela Universidade de Columbia.
Em outubro de 1958, recém-formado e aos
22 anos, começou a trabalhar na Abril. Foi a partir de sua chegada que a
editora lançou suas primeiras revistas jornalísticas, a começar pela
Quatro Rodas, em 1960. Em seguida vieram Claudia (1961), Realidade
(1966), Exame (1967) e Veja (1968).
Entre todos os títulos que criou, Veja
era o que contava com maior participação de Civita. Uma das capas que
mais representaram esse perfil de Veja foi a da edição que trouxe a
entrevista com Pedro Collor de Mello, irmão do então presidente Fernando
Collor, em maio de 1992, com denúncias de corrupção no governo. A
entrevista deflagrou uma série de denúncias e investigações de toda a
imprensa e do Congresso, assim como o movimento nacional dos
“carapintadas” num período de apenas quatro meses até o impeachment de
Fernando Collor.
Dr. Roberto ou RC, como era conhecido,
assumiu a presidência do Grupo Abril em 1990, com a morte do pai, quando
iniciou um período de intensa diversificação dos negócios da empresa.
Ele também fazia parte do Conselho Superior do Instituto Verificador de
Circulação (IVC) e do Conselho Deliberativo da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM). Em 2010, idealizou o IAEJ (Instituto de
Altos Estudos em Jornalismo), criado com o objetivo de fomentar projetos
e iniciativas educacionais de estudos em jornalismo, sempre em parceria
com instituições especializadas e reconhecidas. A primeira iniciativa
do IAEJ é o curso de ‘Pós Graduação em Jornalismo com Ênfase em Direção
Editorial’, em parceria com a ESPM e cuja terceira turma teve início em
março de 2013.
Também era membro do Board of Governors
do Lauder Institute,do Wharton Advisory Board, da Câmara de Mantenedores
do Instituto Millenium e do Board of Visitors da Columbia University
Graduate School of Journalism.
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