Saúde feminina: Deixar de fumar pode reduzir de forma significativa o risco de morte súbita cardíaca (Thinkstock)
Fumar
pode triplicar o risco de uma mulher sofrer uma morte súbita cardíaca —
e quanto mais tempo dura o vício e mais cigarros são consumidos ao dia,
maiores são essas chances, concluiu um novo estudo da Universidade
Harvard, nos Estados Unidos. A pesquisa, por outro lado, também mostrou
que abandonar o hábito pode reduzir de forma significativa ou até
eliminar essa probabilidade.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Smoking, Smoking Cessation and Risk of Sudden Cardiac Death in Women
Onde foi divulgada: revista Circulation: Arrhythmia and Electrophysiology
Quem
fez: Roopinder Sandhu, Monik Jimenez, Stephanie Chiuve, Kathryn
Fitzgerald, Stacey Kenfield, Usha Tedrow e Christine Albert
Instituição: Universidade Harvard, Estados Unidos
Dados de amostragem: 101.018 mulheres
Resultado:
Cada cinco anos de tabagismo aumenta o risco de morte súbita cardíaca
em 8%. Mulheres que fumam há mais de 35 anos têm uma chance 2,5 maior de
ter o problema e aquelas que consomem mais do que 25 cigarros ao dia,
um risco três vezes maior.
A
morte súbita cardíaca ocorre de maneira repentina, geralmente em
decorrência de uma arritmia cardíaca, que é uma sequência de batimentos
irregulares, ou muito rápidos, ou muito lentos. O problema pode levar a
um fraco desempenho do coração e, consequentemente, a uma fraca
circulação sanguínea, falta de sangue no cérebro e perda de consciência.
O
trabalho, publicado nesta terça-feira no periódico Circulation:
Arrhythmia and Electrophysiology, da Associação Americana do Coração,
acompanhou 101.018 mulheres ao longo de trinta anos. Durante esse
período, 351 participantes sofreram morte súbita cardíaca. De acordo com
os resultados, cada cinco anos de tabagismo eleva em 8% o risco de uma
mulher sofrer uma morte súbita cardíaca — aquelas que fumavam há mais de
35 anos foram, no geral, 2,5 vezes mais propensas a apresentar o
problema do que as participantes que não fumavam.
Além
disso, mostrou o estudo, as fumantes que consumiam ao menos 25 cigarros
por dia tiveram uma chance três vezes maior de ter o problema em
relação às não fumantes. Mesmo as mulheres que fumavam menos — até 14
cigarros por dia — também apresentaram um risco duas vezes maior de
morte súbita cardíaca.
Doença
determinante — A pesquisa ainda mostrou que parar de fumar tem um
efeito significativo e imediato na redução desse risco entre mulheres
que ainda têm o coração saudável. Abandonar o vício também beneficia
aquelas que já sofrem alguma doença cardíaca, mas o efeito positivo leva
mais tempo para ocorrer. A mesma redução do risco que ocorre entre
mulheres saudáveis cinco anos após abandonarem o cigarro, por exemplo,
leva entre 15 e 20 anos para ser observada entre aquelas que já tinham o
coração prejudicado quando deixaram o vício.
Para Roopinder Sandhu, pesquisadora do Hospital Brigham and Women, da
Universidade Harvard, e coordenadora do estudo, uma possível explicação
para isso está no fato de que a nicotina surte efeitos tanto a longo
quanto a curto prazo sobre o coração. A substância, por exemplo, age de
forma imediata sobre a desregulação dos batimentos cardíacos, mas também
prejudica o tecido cardíaco aos poucos, quadro que persiste por muito
mais tempo. "O tabagismo é um importante fator de risco modificável para
morte súbita cardíaca para mulheres com e sem doença cardíaca. Por
isso, as fumantes não devem esperar até o desenvolvimento dessa condição
para abandonar o vício”, diz Sandhu.
Como parar de fumar
BORGES
NETO NACÃORURALISTA
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